Forróçacana

Asa Branca

Forróçacana


Quando olhei a terra ardendo 
Qual fogueira de São João 
Eu perguntei a Deus do céu, ai 
Por que tamanha judiação 

Que braseiro, que fornalha 
Nem um pé de plantação 
Por falta d'água perdi meu gado 
Morreu de sede, meu alazão 

Até mesmo a Asa Branca 
Bateu asas do sertão 
Então eu disse: Adeus, Rosinha 
Guarda contigo meu coração 

Hoje longe, muitas léguas 
Numa triste solidão 
Espero a chuva cair de novo 
Pra eu voltar pro meu sertão 

Quando o verde dos teus olhos 
Se espalhar na plantação 
Eu te asseguro: não chores, não, viu? 
Que eu voltarei, viu? 
Meu coração.