Formiguinha

Pedido de Amigo

Formiguinha


Peço desculpa pra o povo, eu não escondo segredo
De um artista que eu conheço, que é metido a bicharedo
Fala no disco e no rádio, derruba qualquer rochedo
É cantador de ativo, mas quando o Gildo era vivo
Tremia a perna de medo

Fizestes letras pra o Gildo, resposta tu recebeu
Criticavas tanto ele, agora tu te esqueceu
Reza no disco e no rádio, depois que o homem morreu
Que tamanha falsidade, tás faltando com a verdade
Ele não era amigo teu

E agora vens com desculpas que eras amigo do homem
Fez uma letra e gravou, só pra aproveitar o nome
Mas não te esqueça que um dia a tua alma se some
Se acaba a vida granfina, teu orgulho se termina
E a matéria a terra come

E as letras que fez pra o Gildo deixa o povo revoltado
Fizeste a adaga de s e o cachorro recalcado
Um tal de facão três listras e até um relho trançado
Jogava as pedras no homem, e agora aproveitar o nome
Depois do corpo enterrado

O povo todo compreende, que tamanha falsidade
Nem no enterro tu foi, veja que barbaridade
E hoje diz meu compadre, tô morrendo de saudade
Mas a família dos Freitas mandou eu te dar receita
Provando a minha amizade

Enquanto o Gildo foi vivo, deixaste ele num canto
Tu nunca ajudou ninguém, e o Gildo ajudou tantos
E hoje perante ao povo, tás querendo bancar o santo
Só tens dinheiro e cartaz, o que tu fez não se faz
Juro pra o povo, eu garanto

Tu és artista ricaço, tua vida é um paraíso
Mas és ruim barbaridade, nada de ti eu preciso
Só quero te dar um conselho, que barbado eu não aliso
O Gildo foi tão fiel, e tu és cobra-cascavel
Que vive batendo o guizo

Adeus ô Gildo de Freitas, eu atendi teu pedido
Eu sempre fui teu amigo, sincero, honesto e querido
Eu só tô dando a resposta pra um tipo prevalecido
Desculpe seu Formiguinha, e o resto pergunte à Carminha
Viúva do falecido