Flor da Serra e Santiago

O Peão de Boiadeiro

Flor da Serra e Santiago


Pra que me serve a espora
E a bota sanfonada
Pra que me serve a guaiaca
E a faca prateada

Pra que me serve a bombacha
O meu lenço e o gibão
Pra que serve o berrante
Sem boiadas no estradão

Pra que serve minha capa
E o chapéu de aba quebrada
Pra que serve o meu laço
E a sela reforçada

Pra que serve os baixeiros
Já não durmo mais no chão
Pra que serve o cargueiro
Sem boiadas no estradão

Pra que me serve a esperança
O passado já não volta
Pra que me serve a saudade
De uma esperança morta

Pra que me serve o Campeiro
Cachorro de estimação
Pra me serve o Baio
Sem boiadas no estradão

Toco triste meu berrante
Pra matar minha saudade
Boiadeiro sem boiadas
Não sente felicidade

Hoje o transporte de gado
É feito de caminhão
Não se vê mais boiadeiros
Nem boiadas no estradão
O peão de boiadeiro
Transformou-se em tradição