Os dentes mastigam lembranças Num pedaço de pastel de vento Madrugada, céu escuro Vira refresco de laranja Na toalha de papel, que escrevi, e apagou No metrô um homem vende, mentiras digitais Uma caixa de chiclete, uma criança Olhares vagando na estação Que o rádio toca, um pé que marca, o tempo passa Andróides transportados, enlatados Desconfiados de ti, tão distantes de si Medo e confiança, se vão em outro vagão Chorar pra quê, se posso até gargalhar, explanar Ecoar no ouvido de alguém, uma alegria sonora