Fizeram a Elza

Paisagens da Cidade

Fizeram a Elza


Passa o passarinho, coqueiro chacoalha com os cantos do ar
Vejo o invisível no balanço das águas de Iemanjá
Meninos, meninas, brincando, castelos de areia estão a montar
Mulheres deitadas no Sol cochichando amores do fundo do mar

Depois desse vivo momento de paz no nosso astral
Me pedem um trago e me lembro
De outro viés desse local

O que se mistura na areia lá no concreto é bem visceral
Bem vindo ao Brasil, país que ostenta ser desigual

Tribos, quilombos, resistem com sua cultura fundamental
Mas pelas ruas só vemos alguns monumentos de Portugal
Morros, favelas malditas ao lado de prédios com 600 degraus
Crianças de lá trabalham e outras só vivem no que é virtual

Cachorros mais bem tratados que aquele louco por estar isolado
Chamem logo os guias, estamos todos anestesiados

Esquecendo esses dilemas, não vejo grades na orla local
Só as invisíveis, mantendo a paz do povo em geral