Passa o passarinho, coqueiro chacoalha com os cantos do ar Vejo o invisível no balanço das águas de Iemanjá Meninos, meninas, brincando, castelos de areia estão a montar Mulheres deitadas no Sol cochichando amores do fundo do mar Depois desse vivo momento de paz no nosso astral Me pedem um trago e me lembro De outro viés desse local O que se mistura na areia lá no concreto é bem visceral Bem vindo ao Brasil, país que ostenta ser desigual Tribos, quilombos, resistem com sua cultura fundamental Mas pelas ruas só vemos alguns monumentos de Portugal Morros, favelas malditas ao lado de prédios com 600 degraus Crianças de lá trabalham e outras só vivem no que é virtual Cachorros mais bem tratados que aquele louco por estar isolado Chamem logo os guias, estamos todos anestesiados Esquecendo esses dilemas, não vejo grades na orla local Só as invisíveis, mantendo a paz do povo em geral