No sertão onde eu nasci Vaqueiro em Cangiri Vende remédio em farmácia Comprei barato em cassino Só nunca fui pederasta Mas ainda tirei um fino José Arlindo passou em Sumé Um preto mole dedo cheio de calo Com 19 anos foi se embora pra São Paulo Pra resolver as broncas da ex-mulher Chegando lá perdeu-se no minhocão Sua carteira embolou-se pelo chão E ele foi bater direto no butantã Exatamente as sete horas da manhã Entrou no meio de um corredor cheio de vidro Cada rolo de fumo do tamanho de um tronco Aquilo era os cabra macho da cidade Quando eu voltar pra casa vou contar a novidade É frésco, é frésco, é frésco, é frésco É frésco, é frésco, pra mim é frésco É frésco, é frésco, é frésco, é frésco Quem tira baba de cobra pra mim somente é frésco Setenta e duas horas pra retornar com prata Voltou contente que nem barata em bosta Trouxe três quilos de curima até imposta O povo da lagoa já ficou desconfiado A novidade era que voltou viado Com um topete apontando para para o Olhei pro céu e vi o Cruzeiro do Sul Mexe com quem tá quieto É frésco, é frésco, é frésco, é frésco É frésco, é frésco, pra mim é frésco É frésco, é frésco, é frésco, é frésco Quem tira baba de cobra pra mim somente é frésco