Preciso falar mas a boca não abre Preciso escapar desta ponta de sabre Do sangue que ferve Das revoltas e dores Do escravo que serve e do poder dos senhores Preciso calar a libido exigente Que quer massacrar nos anseios do instante As purezas do amor É preciso deixar uma porta aberta E que possa entrar A decisão mais certa Preciso saber muito mais que os sábios A ciência de ler as palavras nos lábios Antes de se falar, é preciso escutar As batidas do peito Para não se enganar No seu devido direito De viver e sonhar