A garoa fria cai lá fora, como um véu de noiva A neblina da noite esconde uma história O silêncio e quebrando o grito desesperador De longe eu vejo uma velha senhora chora sua dor Bate no peito que está lá! Deitado Suas roupas manchadas e o corpo ensanguentado Gotas cobrem seu rosto e o pensamento tá longe Ela disse espera um pouco? Não posso! Então se esconde O que você fez? Ela falou! Eu não vou te julgar Em vez disso meu Deus vou tentar te ajudar Te mandar, pro um outro lado do planeta Com o passar dos anos, pode ser! Que eles te esqueçam Que nada mãe! Da licença e não vou fugir Vou encarar tudo o que vier, a me infligir Minha dona, tá aqui e toda a minha vida Deixar vir que eu toco o dedo na ferida Escuta filho! Não tem ninguém do seu lado Eles querem mais! E ver você todo crivado Não quero ter sua lembrança dentro em um caixão Quero ver seu sorriso e as brincadeiras com o pião Os carrinhos de rolimã, que rasgava o asfalto Seus beijos, seus carrinhos, todos os seus abraços Me diz! O que eu faço? Pra conseguir a renúncia Que você fique! E não caminhe, nesta estrada escura Deixei você partir e não me perdoei Levantei minhas mãos ao céu e implorei para ao rei Uma chance, senhora, uma oportunidade Pra que ele olhasse pro meu coração e te abençoa-se Você pequeno eu lembro! A felicidade estampada De quando me buscava, com as sacolas na parada Para com isso! E passado ficou na lembrança De quando eu sofria! E via a tristeza sem esperança Lembra! De quanta humilhação a gente passo Minhas irmãs crescendo! Com o coração cheio de amor E o tanto que a senhora rala, pra erguer este barraco Ajeitado, quando eu! Fui adiantar uns lados Meu amor! Eu nunca te pedi isso, você sabe Mesmo com pouco que nos temos, bênçãos nos cabem Mais e meus sonhos? Não vale nada, isso não conta! Cansei de lágrimas desmanchando minha infância Mais me fala? Aonde o mundo lá fora te levou Um fugitivo sangrando com o coração cheio de dor E bandido e polícia, querendo que o sangue escorra Se eles nos pegam, nos dois juntos fico sem escolha Com este sangue não quero lavar as minhas mãos Fica aqui, e por mim faça uma oração Eu já pedi perdão, e erro já foi cometido O cerco tá fechado e ao redor só inimigo Tudo mordido, feroz! E pronto pro combate Em cada olho uma chama, e não falta coragem Eu te disse! Desesperada da tempo, não se joga Agora e tarde! A estrada e curta e está sem volta Eu quero te ver amor, de per não deitado Quero os seus sorrisos, não juntar seus pedaços Tem minhas irmãs, que precisam muito da sua força Vou sumir no mundo, não quero que você se envolva Tá vendo a chuva que caindo lá fora, tá me esperando! Me abençoa com suas palavras! Deixa, eu ir andando Enxuga a lágrima, que este e meu caminho A vida toda este comigo, nunca me deixou sozinho