Eu mato quem tiver que matar Enfrento as chamas, queimo as flâmulas A margem me chama Odeio o mundo, só quero minha dama Eu to no canto de um país qualquer Num campo de batalha que eu não sei qual é Lutando por uma causa que não me interessa Em meio ao verde, só vejo vermelho O desespero me acompanha, meu cavalo ta com sede Já perdi minha espada, a cela quebrou Meu escudo já não me defende, pra onde eu vou Mas amigo eu falei, amigo bem que eu te avisei Que isso um dia ia acabar, o sofrimento vai passar Eu já consigo ver o lado de lá, tudo passará Meu sangramento é vivo, minha vida sangra Mas peço pra santa atender meu pedido Preciso dizer à minha mulher e ao meu filho que vai nascer O quanto eu sinto Eu mato quem tiver que matar Enfrento as chamas, queimo as flâmulas A margem me chama Odeio o mundo, só quero minha dama Eu já pensei em desistir Mas nunca vou contemplar minha fuga Mesmo ferido por espada lanço um tiro enquanto o sangue pulsa A minha alma não vai ser expulsa Eu vou lutar ate meu último suspiro Eu prefiro insistir na vida até o fim dessa agonia O juizo final se realiza todos os dias Passo sangue na cara e finjo de morto Deixo pisar no meu corpo, levanto, executo e já parto pra outro Eu sei que o que interessa é voltar pra casa E ter umas vergonha, voltar e ser mal exemplo pro herdeiro É melhor ser derrotado como um homem de verdade Que ser vitorioso no exército dos covardes Eu só enxergo a luz ao fundo Parece o fim do mundo, ferimento profundo, guerreiro vagabundo Que só retorna porque tem alguém pra amar Se não voltar o corpo está por la em algum lugar Eu mato quem tiver que matar Enfrento as chamas, queimo as flâmulas A margem me chama Odeio o mundo, só quero minha dama Identifico a maldade, também enxergo no escuro A viagem foi longa e arde a ferida que eu curo Se eu não pensasse demais talvez seria melhor Que quanto mais distante eu fico eu vejo um mundo menor Meu raciocínio é veloz, o instinto é compulsivo Me alieno pra manter meu ódio adormecido O homem sábio sempre aprende com o passado que teve Aquele que produz veneno fatalmente bebe um pouco dele É ganhar sem lutar, quando os fracos se traiem A verdade vem à tona quando as máscaras caem Sei que no bando corrompido as confusões são eternas O ponto fraco é notório, sua discórdia é interna Então protejo a minha alma, sempre mantendo a minha calma Não vem com pó de tijolo que nem teu sangue te salva Quando o medo te domina a consequência é amarga Você carrega sua cruz Você que paga o teu carma Eu mato quem tiver que matar Enfrento as chamas, queimo as flâmulas A margem me chama Odeio o mundo, só quero minha dama