Anastácio Pimpinela em roupão de cetim Atirou-se da janela pensando que era o fim E escreveu no testamento com tinta perfumada Que ninguém o privaria da propriedade privada Quem tem medo do comunismo? São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! Agapito Rapazote¹ grande latifundiário Pendurou-se num barrote para não pagar o salário E o resto da canalha, capatazes e polícias Embarcou para o Brasil para reforçar as milícias Quem tem medo do comunismo? São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! Eleutério Pintassilgo que roubou o que podia Tirou bilhete de ida e foi fazer queixas à CIA Foi dizer que os comunistas são do pior que há Mas socialismo em liberdade ainda vá que não vá Quem tem medo do comunismo? São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! E as seitas dos traidores do monóculo no olho Foi fazer guerras civis para o meio do restolho Mas o perigo continua aqui mesmo à nossa porta Enquanto a reacção não estiver morta e bem morta Quem tem medo do comunismo? São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! São os latifundistas, são os monopolistas, são os colonialistas Enfim os parasitas! Enfim a reacção!