Queres ser importante e porque não? Dá cá a mão dá cá a mão Queres ir para o governo e porque não? Despe-te então despe-te então Dos preconceitos dos rancores e da razão - o sofrimento é a alegria da nação. Queres ser colunável porque não? Dá cá a mão dá cá a mão Queres ser fotografado e porque não? Veste-te então veste-te então Com pele de lobo mas com penas de pavão - o carnaval é o sorriso da nação. Queres ter muito poder e porque não? Dá cá a mão dá cá a mão Queres ir mais longe e porque não? Despe-te então despe-te então Da amargura que te pôs em depressão - o rei vai nu mas investido pela nação. Queres ser muito eterno e porque não? Dá cá a mão dá cá a mão Serás eleito só por ti sem eleição Despe-te então despe-te então Da provinciana democrática noção De ser eterno ser pior que ser nação. Queres ser muito bom e porque não? Dá cá a mão dá cá a mão Queres ser muito bom e porque não? Despe-te então despe-te então Dessa cultura que não passa de ilusão Serás o tal que é o rosto nação. Não queres multidões que te afrontem? Dá cá a mão dá cá a mão Mesmo agora enxotámos as de ontem Despe-te então despe-te então De realidades que te mintam que te contem Tu não te percas vá lá? dá cá a mão. Queres ser muito moderno porque não? Dá cá a mão dá cá a mão Gravas um disco onde não pões esta canção Despe-te então despe-te então Da andrajosa roupa que é hoje o teu dia E ficas livre para sempre da utopia.