Li num cartaz de rua já rasgado Restos de um nome antigo que acabou O dia a hora do concerto Que agora não é mais que passado Nem sequer fotografado nem escrito nem lembrado A sobra do que foi E não ficou Vi logo ali ao lado ainda colado O resto de um cartaz recente que deixou Um nome rasgado Do recital falado que também é passado Mas que foi fotografado descrito relembrado Mas sempre Apenas outro que passou Infindaveis as palmas as viagens os silêncios Que doem por ser fim Incontáveis as palavras Selvagens rasgadas no cartaz que olha para mim Li num cartaz de rua posto agora Um nome que há-de vir já a seguir Com dia com hora Um espectáculo que embora Não tenha acontecido Eu não vou perder por nada E até já tenho entrada e colo-me ao cartaz agradecido Li num cartaz de rua posto agora Um nome que há-de vir já a seguir Com dia com hora Um espectáculo que embora Não tenha acontecido Eu não vou perder por nada E até já tenho entrada e encosto-me ao cartaz desprotegido.