Há coisas da gente que a gente não conta, O momento infeliz a idéia mais tonta; O medo terrível de ver o que é, Como quem se afoga sem perder o pé. Há coisas da gente que a gente disfarça, O zero absoluto que rima com farsa; O acidente por dentro que não se tratou, A prova provada que a gente negou. Dancei que parecia mentira. Cantei que parecia verdade. Sonhei o melhor que sabia. Saí para lá da vontade. Dancei, cantei, sonhei.... Há coisas da gente que a gente sufoca, No exacto gesto de tapar a boca; Escondemos as mãos e fechamos o riso, E só nos abrimos se não for preciso. Prometo a mim próprio andar à altura Dos ventos e velas por onde me meço. Sou grande devoto da coisa loucura, Por ser o que sou pecador me confesso. Saí dos limites do tempo. Sonhei que não estava acordado. Cantei contra tudo o que é lento, Dancei com a esperança ao meu lado. Dancei que parecia mentira. Cantei que parecia verdade. Sonhei o melhor que sabia. Saí para lá da vontade. ....sonhei