Voz afiada em pedra que amola faca Língua de navalha noite sem orvalho Voz de chumbo, céu de tempestade Viagem cansada no casco do cavalo Voz de cego clareando a escuridão Rio sem vida correndo na imensidão Riacho fundo, ecos de maldição, Cabeça de jagunço podre no chão Da la lá lá da lá lá lá Da la lá lá da lá lá lá Amor fora do peito, cisma de cigano Um dia morto, um outro em desengano Memoria seca, pele sem lisura Saudade enrugada no casco do boi Voz afiada em um céu de fim de mundo Nuvem tecida em teia de fornalha Faca de ponta, silêncio de tucaia, Voz de vingança nas patas da traição Da la lá lá da lá lá lá Da la lá lá da lá lá lá