Talvez por obra do ventilador Ou da noite, num golpe furtivo de ar O fato patente Que me desnorteia Tão claro e evidente É ver baixa a temperatura Do nosso ambiente Sentir o calor se esvaindo Gradativamente Conheço o carisma dos corpos No discurso do amor E das faces a expressão Na alegria ou na dor Mas se a força do gelo Vem de repente Tolher todos os movimentos Eu sei Está morto O que havia por dentro E, então, no pudico marasmo De nossas noites desnúpcias Me violenta a tua frieza Com insana volúpia