Era um homem escuro Sem passado, nem futuro Com presente de bebida e solidão Nascido ao acaso, alvo de descaso Fruto de um caso qualquer Entre um pai e outra mulher Seu corpo Efeito, e não causa, do lixo das ruas Purgatório de uma alma Tão pura Mas não sei se pelo frio Pela fome ou pesar A morte um dia decidiu chegar Morte, que é parte integrante da gente Sobretudo de alguém Simplesmente indigente Pois é sempre num cadáver Com rosto marcado de dor Que estuda anatomia O futuro doutor