Estou morando Onde a prata do luar Quando é noite vem beijar A fronde do arvoredo Aonde moro Tem paz e tranquilidade Ali a felicidade Começa de manhã cedo Quando o restinho Da noite vai se afastando Já tem sanhaço chegando Pra beliscar o mamão Nossas belezas Não são vistas por acaso A orquídea faz o vaso No fundo do mangueirão Além da graça Que tem no meu pé de serra Ali eu cultivo a terra Faço minha plantação Pra confirmar Que moro no lugar certo Passarinho canta perto Do meu rancho beira chão No meu quintal Seu João e dona Joana Fizeram uma cabana Lá no galho da paineira Ali pertinho No pé de jacarandá A natureza me dá Cantigas a semana inteira A noite chega E depois de um dia de luta A canseira da labuta Me convida pra deitar Além da noite Com o perfume da floresta De manhã o sol na fresta Me chama pra levantar Uma rapina Na tocaia traiçoeira Uma ave pantaneira Um gambá no pé do toco São coisas simples Pra aqueles que não entende Mas é isso que me prende No meu rancho de caboclo São coisas simples Pra aqueles que não entende Mas é isso que me prende No meu rancho de caboclo