Olho essa ruas tão cheias de gente Que vai seguindo sem poder parar O rosto sério sem nenhum sorriso Ninguém se cumprimenta pra não se atrasar Todos com medo, ninguém se conhece Todos se afastam pra não se envolver Ninguém ajuda, ninguém se aproxima e ninguém tem nada pra oferecer Mas eu vim de lá da roça E não consigo me acostumar Sinto saudades da minha cidade E da minha gente que ficou por lá Olho as crianças que não têm infância, Seus rostinhos tristes me fazem lembrar De que eu corria livre pelos campos E que aquele tempo não vai mais voltar O ar coberto de fumaça negra Que vai sufocando a quem vai respirar Cidade amarga, carros que atropelam Estou aqui agora, mas não vou ficar