Passageiro da vida que ele leva Violeiro chamado vagabundo Cego, ergue os seus olhos para o mundo O céu claro ele anda em linha reta Caminhada que segue lentamente A viagem pra morte é coisa certa. Decassílabos com muita harmonia Canta o cego de bravos cavaleiros Fala de velhos monges e mosteiros De batalha fogueira e bruxaria De reizado folguedo e cantoria Dos engenhos, dos navios negreiros. O poeta de nome galo cego Canta a guerra o massacre da cidade O corisco o trovão a tempestade Canta tudo o que eu nego o que eu não nego Canta tudo o que eu pego o que eu não pego Canta a noite o escuro a claridade. Vai buscar nos mais bravos argonautas O objeto do verso e da cantiga Vai à grécia numa cidade antiga Ouve mársias o inventor da flauta No presente, revela os internautas Que devoram distâncias inimigas. Ele canta num estilo diferente Troca a letra e a noite pelo dia Mas a troca não fere a harmonia Ele canta o passado e o presente O futuro ele diz a Deus pertence E o povo agradecido aprecia.