Esta carta minha mãe É o espelho onde o teu filho Se desnuda totalmente; O fogo que o vinho tem Acendeu este rastilho E a coragem de ser gente É por ela, sim confesso Que de segundo a segundo Bebo a febre de morrer Mas quando a vires só te peço Não lhe contes o meu mundo Não lhe dês esse prazer Neste meu quarto isolado O vinho que vou bebendo A sua imagem retém Sobrevivo neste fado Muito embora eu a perdendo Continuo a ter-te mãe