Caminhando Pela noite da cidade eu vejo A multidão alvoroçada indo Pra qualquer lugar Alguns tristes Olhos cansados, fixos No asfalto molhado da Chuva que cairá! Outros dançam Como blocos gelados Sem calor, sem contato Na ânsia de alcançar O lugar Onde o frenesi da luz Faz do êxtase um palco Para brincar! Que vontade De abraçar cada um E dizer que eu sei porque A gente não pode parar Somos destroços De uma grande Lua Que orbitou Saturno Até se esfacelar! Somos pedras Dos anéis de um Deus soturno O Deus das Horas A nos devorar! Só nos resta Brilhar nesta noite escura E para isso é preciso Amar! Quebra pedra Tanto pó que brilha, trilhas Papéis de seda queimam Cacos de vidro, cristais! Doces, balas Se sentem livres, risos Na verdade giram, presos Na órbita de um gigante de gás!