Felipe Lucena

Dharma

Felipe Lucena


No Sol que marca a luz do dia
Entre o mistério e a afasia
Em todo mar dessa esfera azul
Na força da impermanência

De Siddhartha a Zaratustra
Sentado ao lado do desejo
Vendado em rotos devaneios
Seguindo a massa pra onde ela for

Bem da desgraça, mal do esplendor
Que ameaça e entrega
Quem vai decidir se é sim ou não
No devir que rege a escuridão

Quem concebe à ideia seu valor
Colherá na alma um calor
Que inflama e liberta
Voando as serras da riqueza

Canto dos sons da natureza
Contemplação da existência vil
Silêncio do julgamento
Da vaidade à loucura

Dentro das fibras do receio
Preso no olhar do desespero
Eco ancestral à religião
Do forte ao fraco, em qualquer pagão

Que escuta e enxerga
Quem vai decidir se é sim ou não
No devir que rege a escuridão
Quem concebe à ideia seu valor

Colherá na alma um calor
Que inflama e liberta
A verdade é o Dharma da vida

Temporal do medo da morte
Vendaval do instante que passa
Chão que move a relva