Meus pagos Chão por onde vago Destroços, troços, meus ossos Tudo, tudo pago Cada palmo encerra prantos Palmas, cantos da alma e mais o sal da terra Sobre a cal dos ossos vastas Falhas, trens e tralhas gastas São meus destroços Minhas cicatrizes, ferro, brasas E um sangradas asas Presas nas raízes Presas nas raízes Meus pagos Chão por onde vago Pedaços, traços, compassos Tudo, tudo pago São meus pagos Passo a perna, cruz Que é minha fé E dai-me força aos braços Sempre quando ajoelho rezo Um terço pelo bem do berço Quem minha alma espelho Sobre a cicatrizes Grito, vaza no infinito as asas As vazas livram as raízes As vazas livram as raízes Meus pagos Chão por onde vago Meus cacos, nacos, calados Tudo, tudo pago Mesmo eu assim eu vago Conduzindo em mim Meu próprio fim Que é pago De colmilhos gastos Não me queixo Benzo e cantos deixo Sobre opostos rastros Sobre as cicatrizes solto a dor E desamarro as asas Pra cantar raízes Pra cantar raízes