Felipe Elizalde

Canto da Gente

Felipe Elizalde


Desde que eu me servi bem
Tem um vai e vem de gente ao meu redor
Gente diferente, gente no seu canto
Gente, gente, gente só

Quando a gente é pequeno
Tudo parece imenso
Quando a gente cresce
Tudo volta a ser pequeno

Tem um trem que atiça um brilho
Sobre os trilhos vai enquanto outro vem
Dentro desse trem alguém vai levando embora
O brilho de um outro alguém

Quando a gente vem embora
Vem chorando chão afora
Vem porque não tem ninguém
Não tem ninguém, não tem ninguém

Tem um tacho sobre a frente
Sempre embaixo ou acesso por alguém
Dentro desse tacho tem um doce dentro
E sempre alguém mexendo alguém

Quando a gente doce ama
Tudo se transforma em chama
Chama alguém, que chama alguém
Que chama alguém que vem

Quando um canto canta um canto
De quando em quando nasce alguém
Que canta bem, quando alguém que canta bem
Canta seu canto renasce mais além

E se o canto é sincero
Canta como quero-quero
Canta quase sem querer
Canta por querer bem alguém