Felipe de Vas

Drama da Traição

Felipe de Vas


Olhos sombreados de mágoa, borbulhando a dor
De não possuir mais o aconchegante futuro.
Olhar amplo e cílios erguidos contemplando insatisfação,
Satisfazendo a auto-defesa de um ego, mais comumente chamado coração.
Sobrancelhas curvadas impondo  falsa coragem
De uma atitude utópica de reavivar
Um beijo com consciência límpida, sem decepções.
Mente e Lábios ressecados, áridos de esperança, de segurança, de tolerância,
Cansado de suposições.

Qual será minha certeza? meu suporte, meu espaço seguro, minha calmaria..?
A dor da incerteza já consome a minha partilha,
Esfalecido, amedrontado contemplo meu egoísmo na demasia.
Viramos robôs de carne e osso cultivando o determinismo da razão
Quando não batizamos nossa alma, com a ilógica de uma amada,complacente, pura sensação.

Qual será minha certeza? meu suporte, meu espaço seguro, minha calmaria..?
Onde se encontra,minha fonte altruísta,
Instantâneo poder de ponderar a frustração dos dias?

Não a enxergo mais. Não cultivo mais tal longínqua abstração.
O oásis que deslumbrava era impalpável.

Será minha defesa das ilusões, ser um hábil ilusionista?
Um dia alcanço, um dia ainda te alcanço.
A mais deslumbrante harmonia.
Para mim, Desconhecida.