Eu já nada sinto e afinal eu gosto de não sentir nada sozinho na calma das horas passadas tão só numa outra quietude num sossego tão so´ sossegado e esquecido eu me esqueça de mim aos bocados adormece-me um sono dormente que aos poucos se apaga um sonho qualquer mas não me acordes não mexas não me embales sequer eu quero estar mesmo como eu estou quietamente ausente assim a viagem que eu não vou nunca chega até ao fim é longe longe tão longe que de repente tu chegas tu brilhas e luzes na cor das laranjas tu coras e tinges a mancha da marca na alma da luz da sombra que finges e tu já não me largas saudade tu queres-me tanto e se eu lembro tu mexes comigo tu andas cá dentro à volta do meu coração no meu pensamento também e por mais que eu não queira tu queres-me bem e desdobras os mundos em cores e levas-me pela tua mão cativando o meu corpo a minha alma a razão só a tua presença é que me inquieta aquela outra ausência dói como um passado projecta aquele futuro que se foi p´ra longe longe tão longe que nunca se acaba esta inquietação se evitas momentos já quase finais e ficas comigo ainda e sempre um pouco mais tu nunca me deixas saudade tu nunca me deixas