Ele já chega morto De corpo, de alma ausente Esquece em algum bolso Um beijo que me alimente Ele se acha um traste Embora não reclame do seu ordenado Não diz quanto ganha fica envergonhado Eu sei pelo tão pouco que ele dá pra mim Janta do que tiver e vai dormir com fome Eu sou uma mulher amiga de meu homem Eu deito do seu lado E embora ainda fique com o corpo em brasa Ele já chega morto de corpo em casa E guarda a sua alma em algum bolso a toa Ele pegou no sono antes de mim como sempre Eu fico a rolar na cama insone, cansada Como mulher infeliz, como gente revoltada.