Seja meu livro Seja minha música Seja o motivo de todo o meu medo Seja a luz que ofusca A escuridão que eu carrego Do lado esquerdo do meu peito Eu já joguei fora o meu ego Fiz dessa letra uma carta pública Mas que quero que saiba que antes Foi destinada ao seu endereço Rimas que parecem ter sido tiradas De um poesia acústica Mas são só versos baratos Escritos por um poeta sem preço E não há preço que pague O sentimento que passo Em cada estrofe da minha música Não há dinheiro que pague Cada noite que eu passei acordado Escrevendo pra manter A minha mente lúcida Não há texto de Shakespeare Que se compare com as histórias Que minha mente ilustra As vezes até penso que sejam só desculpas Usadas como pretexto Tentando amenizar os danos Causados pela culpa (Que eu carrego, e eu sei que nem é minha) Eu e minha mania estúpida De bater no peito e assumir a bronca De problemas que eu sempre soube Que eu nunca daria conta Mas a barriga de todo mundo um dia ronca A minha fez tanto dueto com a fome Que pra chamar minha atenção, hoje ela canta E eu tô pulando de boca em boca Experimentando novas paixões Como se tivesse num provador Escolhendo novas roupas Alimentando múltiplas ilusões Como se não tivesse provado a dor Da frustração de tantas desilusões Um colecionador de decepções Consequência de minhas escolhas Você foi só mais uma Não leia meu livro Não ouça minha música Você já não é mais o motivo do meu medo Sua luz já não ofusca a escuridão que carrego Do lado esquerdo do peito