Era uma vez um tempo de pardais de verdes nos quintais faz muito tempo atrás quando ainda havia fadas Num bonde havia um anjo pra guiar outro pra dar lugar pra quem chegar sentar de duvidar, de admirar Havia frutos num pomar qualquer de se tirar do pé no tempo em que os casais podiam mais se namorar nos lampiões de gás sem os ladrões atrás tempo em que o medo se chamou jamais Veio um marquês de uma terra já perdida e era uma vez, se fez dono da vida mandou buscar cem dúzias de avenidas pra expulsar de vez as margaridas por não ter filhos, talvez por nem gostar ou talvez por manias de mandar Só sei que enquanto houver os corações nem mesmo mil ladrões, podem roubar canções E deixa estar, que há de voltar o tempo dos pardais, do verde dos quintais tempo em que o medo se chamou jamais!