A d'alva aponta aquento a água Pra um mate gordo junto ao fogo de chão! Cambona chia – é madrugada – Um galo atora o silêncio da imensidão! O meu radinho – empoeirado – Conta notícias da vila e de mais além! O olhar se perde junto ao braseiro Bate a alegria – que é minha e de mais ninguém! E entre uma marca e outra me vem um verso Largo do mate pra sorver a inspiração! Cantar as coisas que fazem o dia-a-dia Ser mais bonito pros lados do meu rincão! E acuierando as palavra noto uma rima Que traz de tiro tanto assunto e eu paro tonto! Depois mais uma com outra – já formam duas Quando o sol nasce já tenho meu chote pronto! Um bordoneio marca o compasso Mais dois dedaços e um acorde gavetão! Num jeito bueno – pra cantar o pago antigo – Saiu um chote carregado de emoção! Pois sou gaúcho cria da serra E meu costume campeiro me faz costado! Cantando um chote canto também meu rincão E assim preservo as tradições do meu estado!!