O sol que respinga na aguada Traz sonhos colorindo o sem fim De um verde que me invade a mirada Quais olhos romanceados pra mim O bordado do campo Mostra o brilho que a noite orvalhou E o sereno que apeia Na macega que um grilo pousou Que milongueando Recebe a aurora Num claro da estrada E a lua mansa Se aninha solita Junto à madrugada Sigo tranqueando No mesmo passo do pingo Alma lavada por diante E o sonho de algum domingo Bater de casco Nesta querência fronteira Namoro lindo de folga Pra amanhecer junto a ti na porteira O horizonte que ao longe Sangra o dia pra o fim da boieira E o banhado consome Pra os caprichos de uma corticeira Que mostra o rumo Beirando a picada Que um gaucho cruzou Ficando um rastro Da flor colorada Que o peão regalou Rancho de campo Enraizado no tempo Cabelo negro florido Esfiapado com o vento Folga a distância É tradição na fronteira Num oh de casa casa que achega Pra te saudar ao cruzar da porteira