Nascido do fio da faca Da perícia de um guasqueiro É a própria alma do gado Presente em qualquer apeiro Até parece uma estrada Na geografia que tem Bem desquinado ao feitio Da precisão que convém Se o tempo abre no céu Abraça o poncho emalado E se aquenta no carnal Se o dia acorda gelado Vai firme junto do queixo Topando o vento que for O barbicacho é o resumo De trança e de corredor Sovado à couro de bota E batizado a sereno Guardando o sal da escramuça Que verte de um pingo bueno Traz um prenúncio de lida Lustrando a palma da mão Fazendo o aço da espora Se enforquilhar no garrão Compõe a dança das rédeas Num trotezito parelho É o respeito encruado Numa soiteira de relho Enrodilhado na trança E das rodilhas de um laço É quem desperta primeiro Armando a volta do braço O tento que me sustenta No lombo de um aporreado Cinchando sonhos e medos Se saio mal encrinado Retrata o jogo da vida De quem tenteia: No más Que o tento sempre é o começo De tudo o que a gente faz Que o tento é sempre o começo De tudo o que a gente faz E a vida sorri bem mais A cada vez que se tenta