Seus olhos sóis que ofuscam os meus Meus braços nós que não livram os teus Seu corpo um lar que quero como um par Nossa casa Traz-me tua voz e arrepia-me a tez Em meus lençóis há de sempre ter vez Meu corpo um par que te dou como lar Nossa casa Momento E se sinto tua mão, de repente, encostar em minha nuca, fecho os olhos e deixo invadir-me a dança dos teus dedos tocando delicadamente os meus cabelos, como procurasse notas ainda não descobertas. Se me encontro em teus olhos de cores intensas indefinidas, distraída me perco por horas na busca de qualquer coisa capaz de retribuir toda a paz que me toma e, sem nada à altura, apenas dou meu sorriso de gratidão. Se te flagro, sem querer, bisbilhotando os meus segredos, faço charme, sustento um mistério inexistente, porque, ainda sem contar-te coisa alguma, tu sabes de mim quase tudo, só não sabes o quanto preciso de ti por perto. Se me lembro, já sem qualquer controle sobre meu peito, que por um momento eu e te amei tanto, e por outro e por outro e por tantos, esqueço completamente das poucas vezes em que vivi sem estar te amando.