Definhar-me Retorcer-me de dores Alimente-me por outras vias Que eu veja e sinta mas não falarei Talvez um grunhido Um algoz Um aval Facilitar a insurgência é sofrer Ainda acreditam Acreditam na mitologia cristã Temem o inferno; e o mundo real em chamas Deixe-me Luta-se pelo impossível na sistemática corporativa No lar mal consegue mal respirar O inimigo possui entrada livre E de livre nada tens Deixe-me inexistir No infinitivo mesmo No ciclo finito Com a forca apertada no pescoço Com cortes que não doem e sangram Com palavras não sangram e cortam Deixe-me com o Sol Com a verdade Deixe-me viver Que a finitude seja inspiração e não desistência Erguer-me para mim, deixe-me livre