O sistema sempre oprime o povo da favela Mas depois ganha ibope com o sofrimento dela Por onde os ''bota passa'', deixa suas sequelas Fica mais evidente que isso aqui é uma guerra A guerra não declarada na visão de um favelado Ta tudo previsto, escrito, lá no livro do eduardo Eu sobrevivo em um país dominado pela corrupção Que a pena será combatida na base da informação Informação da nação é o pesadelo pro sistema Favelado informado pode causar problema É foda na favela ver os ''menor'' portando o cano Querendo ficar rico, mas sempre morre tentando A voz da favela não é a tal ostentação É passar a idéia certa junto com informação A cada palavra trancada, esperança pisada, bala trocada Na madrugada macabra mais um corpo vai pra vala Dando sinfonia à morte, entre sangue nos acordes E os disparos ditam a ordem, do triângulo ao fagote O choro do maestro não me parece sincero Por trás de cada linha mais uma gaveta é preenchida A tristeza de uma mãe é o tormento de uma viúva, ainda viva Que não queria, nem merecia se sentir assim tão infeliz e sozinha A única certeza que temos é que já nascemos propensos à morte Então, imagina os negros Imagina os pobres Conviver com medo e depender da sorte Se acabou a fé, abraçou o diabo Mate por seu Deus sofra com os pecados