Veja as setas de madeira podre sem direção Você caminha em passos de outros, E (ainda assim) não sente o chão Depois que nos calam a boca, Viramos panelas de pressão E os batimentos acelerados, Sinta o bafo de minha respiração Pintamos quadros e quadros Como um van gogh índio Pisamos na lama E escrevemos poemas debaixo de chuva Em tardes nubladas de mantos vermelhos... Já tenho saudades de agora, Como se fosse o meu prêmio Irei gritar pra quem não quer ouvir: Faremos as novas canções Vocês não sabem o que existe aqui: O envolvimento de novas canções Se isso é medo de tentar sentir, O sentimento de novas canções Vocês são índios de olhos azuis... Sob o ferro e o fogo de velhas instituições Eu desprezo e esqueço nocivas pregações Com o peito aberto pra nova era Não guardar rancor, assim não há guerra Irei cantar em memória Dos mais de 6 milhões que viveram aqui Seremos gratos pela cor de nossa «raça» Que enobrece a nossa alma Uma mistura de todas as outras «raças», Belas, amadas, que transformariam um povo E um país mais belo e justo Não é para guardar rancor, nem pra ferir É pra você saber o que existe aqui Nós somos índios de olhos azuis