Se vê que sou da fronteira, pelo meu jeito de olhar E esta forma de falar, dialeto acastelhanado Peito de galo entonado sempre impondo respeito Pra algum maula pegar jeito quando fico enforquilhado Se vê que sou da fronteira, por essa mão estendida Neste gesto de guarida lhe alcançando o chimarrão Falo de potro e galpão quando ponteio a guitarra Solto milongas por farra que brotam do coração Eu sou gaúcho da fronteira Eu sou gaúcho da fronteira Não me vendo e não me entrego E o rio grande é minha bandeira Se vê que sou da fronteira por esta estampa gaúcha Se o atavismo me puxa o sangue vem de outras eras Não dou oh! De casa em tapera, sempre encontro meu rumo Por vezes que desaprumo conto co’a sorte que espera Se vê que sou da fronteira quando a coragem me abraça Pra defender minha raça de pronto já me boleio Se for preciso peleio pra preservar meus diretos É bem assim o meu jeito, pois ninguém me bota freio