A moça que passou na janela É ela aquela, que nem olha pra cá Vai ver que sabe que é bonita E nem nota o olhar Um quadro emoldurado Exposto a lhe presentear A moça pisa em nuvens, flutua Na rua, atua sobre um colchão de ar Quem sabe, jamais foi pisada E nem sonhou chorar De amor por quem a olha ao longe Só a vê passar Pra que tanta graça ter Se um sorriso lhe faz toda falta Feita de pedra, uma estátua Pra se admirar O escultor, na criação Privou-a de um coração Vistosa, turva até minha vista A plástica artista Em sua exposição De cá do meu mirante aguardo Ansioso, desde então O dia em que haverá Uma reapresentação A moça, a moça