Êh, Mãezinha Hoje bateu uma saudade, Mãe De quando eu era menino Solto na vida pelas ruas De Imperatriz e Carolina Êiê, Mãe Vi nós tibungando nas cunhãs A gente catando cajuís O bolo de arroz da minha avó O Baião de dois com mandís Domingo no penta de vovô As praias do Rio Tocantins Êiê, Mãe Êh, mãezinha Hoje bateu uma saudade, Mãe De quando eu era menino Do colo negro da Bisa Vi Filadélfia pequenina Êiê, Mãe Minha grana de maço de cigarro Meu boizinho de melão São Caetano Minhas irmãs fazendo a comida Meu peão que dormia rodando Minha bola de bexiga de bode Meu curió caiado cantando Êiê, Mãe Êh, mãezinha Hoje bateu uma saudade, Mãe De quando eu era menino No tempo em que o sanfoneiro dos pés de pato se escafedeu Êiê, Mãe A buzina do jipe boiadeiro Com meu pai de voz mansa e trovejante Eu vivia na barra de tua saia Sempre minha Fortaleza Andante O mundo era mesmo mais seguro E o seu fim em 2000 tão distante Êiê, Mãe Êh, mãezinha Hoje bateu uma saudade, Mãe De quando eu era menino Queria ver o "Mata Onça" comprando rede sem comer chão Êiê, Mãe É que agora é tudo diferente Pai e mãe são que nem marionete A distância no mundo tá por terra Pois teclando daqui ou do Tibete Se encontra até bainha de foice E a compra se faz pela internet Êiê, Mãe Êh, mãezinha Falando a bem da verdade, Mãe Nunca deixei de ser menino