Existe uma lenda no sertão De noite se risca uma zagaia No breu se avista assombração Que espreita o matuto no matão A Lua ilumina a escuridão O bicho rumina na tocaia É um lobo de olhos de tição Que uiva e que vive em maldição Suçuarana miou lá no grotão Bezerro berrou no chapadão Destino dos homens é paixão É amar e morrer na solidão O ódio é primo do perdão A inveja ferroa igual lacraia A ira é a mãe da compaixão O bem vê no mau o seu irmão E a lenda resiste no sertão Igual a raiz da samambaia Ressalta na letra da canção O avesso da nossa perdição Suçuarana miou lá no grotão Bezerro berrou no chapadão Destino dos homens é paixão É amar e morrer na solidão Trem de ferro vem me dizer Do parabelo que disparou Bem-te-vi, o meu bem querer Bateu asas qual beija-flor