Velha cidade São Paulo A séculos devorando sonhos Calando as vozes tapando olhos Subindo muros Apreciando o envelhecimento Dessas almas De vão em vão na multidão Escapando do tédio Nos arredores prédios Antigas alvenarias Ferragens ferrugens garoa Tijolo concreto Cinza do asfalto Contrasta com solado preto Cinza do céu predomina Teto dos flagelados E nas esquinas Bem onde o amor se perdeu É nas esquinas Bem onde o lucro vem do corpo Protegido do sereno Embaixo do toldo A luz neon O cigarro de cravo ostenta Atenta angélica jardins augusta Violenta pacifica inocente astuta Linda horrenda na ótica dos medíocres Ofenda o orgulho da cidade cinza Tempo rei, tempo rei, tempo rei São Paulo é a cidade dos sonhos Sampa leste, onde o Sol nasce Tudo nos conformes quando o Sol dorme A noite veste estrelas com classe Nada de uniforme inspiração enorme Perto das damas Longe dos cops Copos hábito Pro hálito um dropes Ops chops molha meu bigode Me trás a vontade de fazer o que não pode O bem mete mala Pecado é simpático Sequencia de um pecado O clima é dramático Sampa, aula, ensino de didático Esquenta e ela molha, o mergulho aquático, oh Cidade dos prazeres lazeres Mas sem os afazeres não terá esses poderes Pedras, flores Traços cores sampa Falta harmonia entre os seres Tempo rei, tempo rei, tempo rei São Paulo é a cidade dos sonhos Sonho meu Até parece que foi sonho meu Igualdade para todos Nesse mundo meu Orra meu Tem maloca que vem da favela Orra meu Tem playboy que não vale uma vela Pode cre! Na viela seu destino é incerto Vai saber! Na paulista é dinheiro é protesto Quero vê! Um olhar de esperança no metro lotado Vai chover!? Na TV meu bairro inundado Santo rei, santo Paulo de tarso romano Abençoai o santo fluxo minas e manos Refugiados na Bolívia escravos africanos Assassinados brutalmente no cotidiano Eu tenho um plano! Vou explodir o borba gato Vou invadir o seu palácio Com zikas e ratos Na alvorada do amanhã Honrar o seu passado Na pauliceia desvairada Ser o seu legado apelidado Tempo rei, tempo rei, tempo rei São Paulo é a cidade dos sonhos” São Paulo é multidão São Paulo é solidão É desencontro É desatino inspiração Cidade santa sim Cidade puta sim Terra do nunca De valor pagão La fora escuta passos da procissão ih Alguma coisa acontece no meu coração Vigarista agiota Paulistano violeiro Imigrantes nordestinos Argentinos e chilenos Estudante arrogante Ambulante passageiro Visitante militares Ciganos trambiqueiros Traficante travesti Meretriz e banqueiro Um crucifixo uma prece E um juramento No banco da igreja Se confessa ao padre (Amem) No banco do boteco Se confessa ao garçom (Mais um) Pois pouco importa o sacerdote O uniforme Se o importante é o fato Dos nossos pecados