Elza Soares

Drão

Elza Soares


Drão, o amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar, plantar n'algum lugar
Ressuscitar no chão nossa semeadura

Quem poderá fazer aquele amor morrer?
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura

Drão, não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito, imenso monolito
Nossa arquitetura

Quem poderá fazer aquele amor morrer?
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora

Drão, os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Se o amor é como um grão?
Nasce e morre trigo
Vive e morre pão

Drão, os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão

Quem poderá fazer aquele amor morrer
Se o amor é como um grão?
Morre e nasce trigo
Vive e morre pão
Morre e nasce trigo
Vive e morre pão
Drão