Elza Soares

Dedo Duro

Elza Soares


Qualquer dia esse bicho acontece
Dependurado no muro
Com a placa que ele merece
Aqui a jaz o dedo-duro

Esparadrapo que se mete em tudo
Com seu abraço de tamanduá
É o perfeito telégrafo mudo
Nervosinho para alguém apontar

Está pedindo e anda até cabreiro
O dedo que trabalha para o mau
Fica assustado e cai no desespero
Vai receber um castigo legal

A raça não brinca em serviço
E ainda gosta disso para rubricar
Beltrano, quando a Eva perdigueira
Findou sua carreira e saiu do ar