Elza Soares

Cobra Cainana

Elza Soares


A cobra caninana tá armando um bote
Vai no piche da noite se enroscar
Se atocaia maloqueira, tal qual coiote
Pois ela é matreira, quer me pegar

Se ouve gemeção num matagal distante
Se ouve gemeção num matagal distante
Oi, no corpinho da cobra quem vai cutucar
Oi, no corpo da cobra quem vai cutucar

Oi lê-lê-lê, caninana
Oi lê-lê-lê, caninana
Mas que cobra é essa? (ela é caninana)
Ela tem veneno? (ela é caninana)
E os seu bote é certo (ela é caninana)

Eu tô aqui calada no meu canto, quieta
Eu tô aqui calada no meu canto, quieta
Essa cobra caninana quer me saca
Quer me saca
Me sacaninana

Quem me cuspir na cara vai ter troco certo
Quem me cuspir na cara vai ter troco certo
Essa cobra cainana quer me provocar
Quer me provocar, quer me provocar

Lê-lê-lê, caninana
Lê-lê-lê, caninana
Lê-lê-lê, caninana
Lê-lê-lê, caninana

Eu tô aqui calada no meu canto, quieta
Eu tô aqui calada no meu canto, quieta
Essa cobra cainana quer me sacar
Quer me sacar
Me sacaninana

Quem me cuspir na cara vai ter troco certo
Quem me cuspir na cara vai ter troco certo
Essa cobra caninana quer me provocar
Quer me provocar, quer me provocar
Lê-lê-lê, caninana (lê-lê-lê, caninana)