Ser poeta é ser mais, é ser maior Do que os homens ! Morde como quem beija ! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do reino de aquém e de além dor ! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja ! É ter cá dentro um astro que flameja É ter garras e asas de condor ! É ter fome, é ter sede de infinito ! Por elmo as manhã de ouro e de cetim... É condensar o mundo num só grito ! E é amar-te, assim, perdidamente E é seres almas, sangue, vida em mim E dizê-lo cantando a toda gente