Mas vejam só, que baile, barbaridade De certa feita aconteceu lá por bagé Pois meteram toda gente da cidade Na enormidade d'um galpão de santa-fé Andava lá o gaúcho da fronteira Com uma roqueira chacoalhando no embalo A berenice sapecava uma vaneira E o pedro ortaça mostrava o timbre de galo Rio grande, berro de touro, quatro patas de cavalo... E não tem lero, que o baile é do quero-quero... Nico fagundes só cantava pras gaúchas E o borghettinho só proseava por metade E o daniel torres chamou o biriva de bruxa E o tartarotti mandou por na liberdade Paulo deniz queria o som do rio grande E o alex já quis dançar sem camisa E o zé cláudio tropicou num garrafão Já puxou do seu facão: "no meu pala tu não pisa, tchê!" Veio o capucho escondido nos cabelos O neto e o bagre com uma gaita e um violão Elton gadanha descascando um caramelo Todo babado grudado no bicho bom Dante ledesma disse: "todos somos hermanos" Talo pereyra disse: "mas que frescura" E tinha um vulto que nem entrou no salão Gritou cheio de razão: Nego bom não se mistura "esse neguinho é gente fina" Nego bom não se mistura Se elas falarem de mim E não tem lero que o baile é do quero-quero Nesse baile tava toda a bicharada Pato e o marreco quase que afogaram o ganso E um bugio macho se grudou nas capivaras E tinha a cara mais feia que o celso afonso O patinete trouxe a xuxa e o mano lima O lutzenberger se deitou na ecologia Juarez fonseca disse: "bah! tá tudo em cima Comigo é quero e mais quero Eu quero é ver as gurias" Caetano braun fazia versos de ouro O telmo freitas disse: "me dá um gol de vinho" Louco monteiro queria achar um tesouro Tambo do bando rebolando de brinquinho Vieram pra cancha os garotos de ouro O som campeiro, os bertussi e os serranos Os nativos, os mirins e os quatro-ventos Inté os bitres num showzão dos araganos E não tem lero que o baile é do quero-quero