Chapéu grande desabado e um poncho carnal vermelho Um corredor desparelho e um redemunho de guampa Zebu cruzado com o pampa, vaca de cria e faiada Tropa estendida na estrada e o véio pago na estampa Vou no fiador meu patrício tauriando com esta coplita Que se desata solita, rondando solo e chincal Parece um baile bagual no tilintar das chilenas Lembra daquela morena me esperando no portal Bamo reuni o pessoal que hoje a noite é de ronda Cantar pro gado bagual antes que a lua se esconda Era, êra, êra boi era boi era boiada Este meu verso campeiro é pra abraçar os tropeiros Que ainda vivem na estrada São três semanas de tropa, de santana ao itaqui De ponteiro véio ari, negro guapo e changueador Vem culatreando o seu flor, capataz desses torenas Que faz dueto das chilenas, com os flecos do tirador E o benício lava a alma, num trago largo de vinho E um toso de passarinho, ficou bonito no ruano Sobre o basto castelhano leva a ânsia galponeira De tropear a vida inteira os seus próprios desenganos Era, êra, êra boi era boi era boiada