Elton Saldanha

Cruz de Valente

Elton Saldanha


Vê se tu enxerga, solita na beira da estrada
Uma cruz alta cravada, bem na quina da coxilha
Ali está um valente que morreu, e o rio grande engrandeceu, no tempo dos farroupilhas
Eufrázio silva, um taura humilde daqui,
Tinha sangue bandeirante, mesclado com guarani
Pra honrar a nossa cria, ficou morto no relento
Enquanto o grande bento, caiu preso na bahia

Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente
Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente

Essa cruz, essa cruz, é uma cruz de guerra
Ali eu vejo um valente, que tombou, por nossa terra

Hoje solito, naquela capela guapa,
A cruz lendária farrapa, vai criando tantas lendas
Tremulam velas, na tristeza dessa tela,
E as flores que as donzelas vão trazer em oferendas
Parece um quadro, pintado no fim da tarde,
Quando um taura sem alarde, traz no olhar uma centelha
Bolhei a perna, na prece tire o chapéu,
Solito bombiando o céu, ao pé de sacro se ajoelha

Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente
Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente

Essa cruz, essa cruz, é uma cruz de guerra
Ali eu vejo um valente, que tombou, por nossa terra

Eufrázio silva, escuta as magoas e as dores,
Dos tauras nos corredores, peleando com o destino
Não ta sozinho, na tua cama parceiro,
Pois na cruz um joão barreio vem cantar e fazer ninho
E quando cruzo por essa cruz farropilha,
Em minha alma brilha o sol dos dias incertos,
Vejo o rio grande retratado nessa cruz,
Espargindo amor e luz, sempre de braços abertos

Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente
Tira o teu chapéu campeiro, pro herói da nossa gente
A cruz da beira da estrada, é uma cruz de valente

Essa cruz, essa cruz, é uma cruz de guerra
Ali eu vejo um valente, que tombou, por nossa terra