Andam dizendo no morro Que a vida vai melhorar Até falaram pro povo Que não vai ser como está, Que a gente não é cachorro Nem precisavam falar, Que o menino perdido Não vai virar marginal, Que a gente dependurada Não vai andar na Central Andam dizendo no morro Que o sambista mais novo Vai na avenida descer Cantando nossa estória Que ainda está por fazer E num enredo sem medo Nas pernas do capoeira, Da noite ao amanhecer, Nas mãos de uma porta-bandeira Até o dia nascer Contarão as nossas coisas Gente nova e coisas nossas Para turista não ver, Que se a gente não é cachorro Nem precisavam dizer